Realizada no dia 07/02/09, às 19h, no Sesc Arsenal.
Rudny: Primeiramente, qual o nome de cada um e qual função né, o que é que cada um toca?
Eduardo Lamark: Eu sou o Eduardo Lamark, vocalista da banda e compositor.
Renato: Eu sou o Renato, baixista.
Stuart: Stuart Bueno, baterista e compositor também.
Rudny: Onde começou a banda, foi aqui em Cuiabá? E qual a história de vocês, assim, quando vocês se conheceram? A amizade veio da banda ou já era antiga? Queria saber também, desse nome, Antiguidade Moderna, é alguma referência artística ou criação própria.. é um paradoxo meio complicado.
Eduardo: A banda começou a partir do dia que o Stuart me chamou pra montar um projeto com ele, na casa dele, na época quem tocava nessa formação que a gente tá hoje era ele o guitarrista, e outro contra-baixista. A idéia foi de divulgar as nossas músicas, ele já tinha algumas composições e conhecia umas músicas minhas, eu tinha acabado um projeto meu, que era uma outra banda na época. A questão da idéia do nome, eu acho que é mais assim, uma união das nossas influências, porque a gente gosta de rock antigo, como Legião Urbana, Titãs, Paralamas, muito rock dos anos 70 e 80 com umas coisas mais atuais, tentando sempre fazer um som diferenciado e mais moderno, no sentido de mesclar os anos 80 com o metal.
Stuart: Puxando a idéia do que o Eduardo falou, nós não somos uma cópia das nossas influências, mas pra você fazer um trabalho, seja um pintor ou outro artista, você vai se espelhar em alguém né, você vai ter uma idéia. Como ele disse aí, Resumidamente, nós temos influências antigas, dos anos 70, 80, 90, e de algumas bandas atuais também. Por exemplo, a minha, como baterista, é Metallica, Dream Theater, e outras bandas onde a bateria tem um foco, um destaque.
Eduardo: Eu gosto muito de ouvir Rammstein, das coisas mais atuais, e também gosto de ouvir Radiohead, uma banda bacana pra caramba... E é isso cara, eu gosto dessa fusão de rock eletrônico, de algumas bandas com esse lance de metal eu acho bacana também. Não fizemos nenhuma experimentação ainda, mas quem sabe no futuro. Eu pelo menos, tenho essa vontade, mas eu acho importante não perder a qualidade, fundir o lance eletrônico mas sem perder a qualidade do som.
Renato: Eu, baixista do Antiguidade Moderna, já tocava com o Stuart, já tem uns 10 anos que eu conheço ele, então a gente sempre ia tocar, eu ia lá na casa dele, a gente tocava covers, só que não era nada sério no começo. Até que um dia eu conheci o Eduardo e chamei ele pra ir fazer uma parceria com a gente, cantar uns covers com a gente, e assim a gente começou a amizade, se entrosar bem, aí passou um tempo e o Eduardo montou a banda dele, e eu passei a tocar com o Stuart, várias vezes. Depois de um tempo eu saí da banda, dei um tempo, e depois o Stuart me chamou, juntamente com o Eduardo, pra montar essa banda, Antiguidade Moderna, e eu to até hoje, to gostando das composições, e ajudo no que eu posso.
Rudny: Então o nome foi originado da junção de estilos, das bandas que vocês falaram, das antigas com as modernas?
Eduardo: O nome em si, veio num dia normal, eu acabei de acordar e tava lá na minha cabeça, não teve uma fonte específica, eu não sei te falar certinho de onde que eu tirei na hora
Rudny: Tem como você destacar, das bandas que vocês falaram, qual é a que mais influencia?
Eduardo: Continuo fazendo músicas com bastante crítica, mas hoje eu me espelho mais em Chico Buarque, MPB. Absorvi muita coisa dos anos 80, mas hoje em dia eu bebo da fonte da MPB.
Stuart: Em termos de letra, faço letras sobre a vida. A principal influência é a Legião Urbana, tanto que é a primeira banda que a gente fez cover, e também a primeira música que eu aprendi a tocar cover, foi aquela, “Que país é este?”, depois você vai crescendo, como instrumentista, você vai se focar naquele instrumento e vai ter uma banda que vai destacar o instrumento, e pra mim, essas bandas são Metallica e Dream Theater, porque também há a composição dos instrumentos, não só das letras.
Eduardo: E essa questão da composição, a partir do momento que você faz a sua primeira música, você acaba se inspirando já no que você ta fazendo, dali vão surgindo as outras, a idéia, vai tendo uma linha a partir da primeira e vai embora. Depois que você pega a manha de compor, a inspiração vem naturalmente, costumo dizer “psicografar”, meio mecânico. Tem hora que eu posso ta aqui conversando, aí você fala alguma coisa que eu achei bacana, aí já guardo aquilo na minha mente e no caminho pra casa eu já vou fazendo uma letra e já vira música, ou às vezes uma brincadeira, de alguma coisa que eu falo, de zuação, na hora que eu vejo, vai encaixando e vira uma letra, vira uma música, faço isso com muita naturalidade.
Rudny: A banda tem quanto tempo?
Stuart: Com essa formação, Guilherme no teclado, Renato no baixo, Eduardo vocal, Jhonny na guitarra e Stuart Bueno na bateria, acho que é um ano e meio. Cada um veio de uma banda e a gente se organizou, montamos a Antiguidade.
Eduardo: No primeiro ano o nosso foco foi compor, e trabalhar bem o que já existia, a questão dos arranjos, as letras, e daí em diante, já no segundo ano com as músicas prontas e ensaiadas, daí em diante a gente apareceu na cena com Antiguidade Moderna, através da OCT.
Rudny: De que forma que o pessoal pode entrar em contato e conhecer a produção da banda, ouvir as músicas?
Stuart: Tem o Palco MP3 da banda, com 4 faixas, tem release da banda, e tem os telefones também: 990108270-036375087, que é do Eduardo, contato pra show. Tem a comunidade da banda no Orkut, a gente tem um blog também, que é http://antiguidademoderna.blogspot.com/ , são as principais formas de comunicação da banda. Ah, tem a rádio também, tão tocando nossas músicas na rádio alternativa de Várzea Grande, 105,9, a rádio pega em algumas regiões de Cuiabá, como o bairro Cidade Alta, ao redor, por ali pega.
Rudny: Como é que vocês enxergam a cena de Cuiabá hoje, com essa briga entre a OCT e o Cubo, esse caos, qual a posição de vocês? São totalmente filiadas à OCT, estão suscetíveis, livres?
Eduardo: Cara, quem ta na OCT ta livre. Esse é o barato da OCT, lá não tem pacto de sangue, não. A OCT é um grupo de pessoas com um objetivo em comum, que é trabalhar em função das bandas e dos artistas que se encontraram não muito satisfeitas com a cena local e resolveram se unir e realizar seus próprios eventos, mas eu sei os lugares que eu quero e que eu posso pisar. Tem uns locais que andaram desrespeitando a nossa banda, e eu acho que o fundamental que tem que rolar entre a galera é o respeito. Uma banda tem que tocar onde o pessoal prestigia e, no mínimo, respeita. A gente já tocou em eventos da OCT, do Instituto Mandala, e a OCT não prende a gente, de forma alguma, nunca proibiu ninguém de nada, nunca privou ninguém de nada, a gente faz vários eventos paralelos, como tocar no CEFET, no Máster. De certa forma, nós somos a oct, todos os segmentos da organização são importantes.
Stuart: Ou seja, a OCT não é um exército de um homem só; a OCT é um conjunto, uma Cooperativa com todos os sentidos da palavra. Por exemplo, se a gente precisa de um som, bebidas pra vender no evento, a gente mesmo corre atrás, não tem verbas públicas, não tem apoio, um patrocinador. Tudo que é feito na OCT é de acordo com o que cada um pode oferecer.
Renato: Então, eu acho massa a cooperativa, desde que o Eduardo falou da OCT, a gente procurou a cooperativa pra mostrar o nosso trabalho, o nosso som, e como a gente quebrou a cara em outros espaços que não nos deram oportunidades, a OCT caiu como uma luva, e como o Eduardo falou, a OCT não prende ninguém, muito pelo contrário, a organização sempre ajuda as bandas nos eventos, sempre colabora na divulgação do nosso trabalho.
Stuart: Assim que funciona uma organização inteligente, tem que dar a liberdade, porque assim conseqüentemente vem a confiança. Não adianta uma pessoa respeitar você e não gostar da sua cara.
Rudny: E o lance aí do incentivo cultural por parte da prefeitura, como que vocês vêem esse lado? Por que tem um grupo aí que recebe apoio total tanto da iniciativa privada quanto da pública, e vocês e a OCT não têm esse apoio, o que vocês acham disso?
Stuart: No meu ponto de vista, como cidadão Cuiabano, nós temos que buscar nossos direitos, somos artistas e não podemos ficar privados de nossos direitos por que eu sei que tem um grupo aí fazendo monopólio na cena, todo mundo tem que ter esse apoio, o pessoal do teatro, do rock, do sertanejo, das letras. Temos esse direito e devemos correr atrás, e isso contribui muito com a cena cuiabana. Hoje eu vejo Cuiabá, no cenário do Rock, eu vejo um monopólio.
Eduardo: A OCT vai entrar com tudo nessa questão em 2009, a gente vai brigar pelos nossos direitos, não vamos ficar só questionando e reclamando, aliás, nós não fazemos reclamações, como muitos dizem, a gente só se defendem dos ataques do grupão. Se o cara quiser continuar, problema é dele... é só um grupo que pensa assim, acho muita sujeira querer atacar uma organização pelas bandas e tal, quem perde com isso é a cena. Acho que se o Jimi Hendrix aparecesse hoje e fizesse parte da OCT, iam falar que ele é um lixo, por exemplo, a banda Branco ou Tinto, é boa pra caramba, mas por não fazer parte dos tentáculos do Cubo, é menosprezada, mas isso não é nada, a banda segue em frente, tem potencial. A gente vai procurar os nossos direitos e vamos ver.. vamos desenterrar a sujeira debaixo do tapete. Por quê que só um grupo tem direito ao apoio da Prefeitura? Isso aí que a gente vai ver. O Stuart já foi ver como que faz pra dar entrada num projeto. Já viu também lá no Sesc Arsenal, mas não foi aprovado por não ter fins lucrativos, e agora já estamos com um novo projeto e vamos tentar mais uma vez.
Rudny: Das bandas da cena local, quais chamam mais a atenção de vocês?
Eduardo: Cara, acho que em Cuiabá tem muita banda boa. Gosto bastante da banda Tiasques, a banda do Bruno; Cachorro doido, tem umas músicas muito boas; Branco ou Tinto, com muitas músicas boas e um potencial enorme; Pé Rachado; Base Oculta, a banda do Tênio, o cara é gente fina pra caramba; PHS (Paradise Horror Show) que ta na luta aí, do Ronny; acho isso aí cara, tem muitas bandas boas por aí, da OCT ou não.
Stuart: A banda acredita muito no potencial dessas bandas, e não só nós, os outros grupos também reconhecem tal potencial e ficam com medo dessas bandas evoluírem e não fazerem parte do circo deles. Quem é fraco não gosta de concorrência, né? A única coisa que falta é o apoio, patrocínio, pra que nós possamos criar as oportunidade de mostrar o nosso trabalho.
Eduardo: É isso mesmo cara, confio no público, o público é o nosso foco principal. Se você não tem o respeito do público não adiante, uma banda só vai pra frente assim, qualquer banda, tem que ter carisma, o público tem que gostar. O público não é burro não. O pessoal que fala mal da gente... beleza, de boa, igual aquele padre que disse que não houve holocausto na época do nazismo, acho que essas duas coisas possuem o mesmo nível de coerência. Todo mundo sabe e tem que saber o que ta acontecendo, o que aconteceu, o que vai acontecer...
Rudny: Desde a antiguidade até a modernidade...
Eduardo: Com certeza.
Agradecimentos
Eduardo: Queria fazer um agradecimento à OCT; a você, por estar fazendo essa entrevista com a gente; ao Roberto A., por todo apoio que ele tem dado a nós; ao Jorge Alves, nosso produtor; Igor Cavalieri, que gravou nosso cd, e a gente ta com um projeto aí pra fazer um DVD, já tem o making of da gravação do cd... queria agradecer quem nos tem apoiado, não só a OCT, também o Instituto Mandala, Diário de Cuiabá, Correio Varzeagrandense, Rádio Alternativa de Várzea Grande, Rádio Alternativa do CPA, Folha do Estado, CEFET.
Eduardo Lamark: Eu sou o Eduardo Lamark, vocalista da banda e compositor.
Renato: Eu sou o Renato, baixista.
Stuart: Stuart Bueno, baterista e compositor também.
Rudny: Onde começou a banda, foi aqui em Cuiabá? E qual a história de vocês, assim, quando vocês se conheceram? A amizade veio da banda ou já era antiga? Queria saber também, desse nome, Antiguidade Moderna, é alguma referência artística ou criação própria.. é um paradoxo meio complicado.
Eduardo: A banda começou a partir do dia que o Stuart me chamou pra montar um projeto com ele, na casa dele, na época quem tocava nessa formação que a gente tá hoje era ele o guitarrista, e outro contra-baixista. A idéia foi de divulgar as nossas músicas, ele já tinha algumas composições e conhecia umas músicas minhas, eu tinha acabado um projeto meu, que era uma outra banda na época. A questão da idéia do nome, eu acho que é mais assim, uma união das nossas influências, porque a gente gosta de rock antigo, como Legião Urbana, Titãs, Paralamas, muito rock dos anos 70 e 80 com umas coisas mais atuais, tentando sempre fazer um som diferenciado e mais moderno, no sentido de mesclar os anos 80 com o metal.
Stuart: Puxando a idéia do que o Eduardo falou, nós não somos uma cópia das nossas influências, mas pra você fazer um trabalho, seja um pintor ou outro artista, você vai se espelhar em alguém né, você vai ter uma idéia. Como ele disse aí, Resumidamente, nós temos influências antigas, dos anos 70, 80, 90, e de algumas bandas atuais também. Por exemplo, a minha, como baterista, é Metallica, Dream Theater, e outras bandas onde a bateria tem um foco, um destaque.
Eduardo: Eu gosto muito de ouvir Rammstein, das coisas mais atuais, e também gosto de ouvir Radiohead, uma banda bacana pra caramba... E é isso cara, eu gosto dessa fusão de rock eletrônico, de algumas bandas com esse lance de metal eu acho bacana também. Não fizemos nenhuma experimentação ainda, mas quem sabe no futuro. Eu pelo menos, tenho essa vontade, mas eu acho importante não perder a qualidade, fundir o lance eletrônico mas sem perder a qualidade do som.
Renato: Eu, baixista do Antiguidade Moderna, já tocava com o Stuart, já tem uns 10 anos que eu conheço ele, então a gente sempre ia tocar, eu ia lá na casa dele, a gente tocava covers, só que não era nada sério no começo. Até que um dia eu conheci o Eduardo e chamei ele pra ir fazer uma parceria com a gente, cantar uns covers com a gente, e assim a gente começou a amizade, se entrosar bem, aí passou um tempo e o Eduardo montou a banda dele, e eu passei a tocar com o Stuart, várias vezes. Depois de um tempo eu saí da banda, dei um tempo, e depois o Stuart me chamou, juntamente com o Eduardo, pra montar essa banda, Antiguidade Moderna, e eu to até hoje, to gostando das composições, e ajudo no que eu posso.
Rudny: Então o nome foi originado da junção de estilos, das bandas que vocês falaram, das antigas com as modernas?
Eduardo: O nome em si, veio num dia normal, eu acabei de acordar e tava lá na minha cabeça, não teve uma fonte específica, eu não sei te falar certinho de onde que eu tirei na hora
Rudny: Tem como você destacar, das bandas que vocês falaram, qual é a que mais influencia?
Eduardo: Continuo fazendo músicas com bastante crítica, mas hoje eu me espelho mais em Chico Buarque, MPB. Absorvi muita coisa dos anos 80, mas hoje em dia eu bebo da fonte da MPB.
Stuart: Em termos de letra, faço letras sobre a vida. A principal influência é a Legião Urbana, tanto que é a primeira banda que a gente fez cover, e também a primeira música que eu aprendi a tocar cover, foi aquela, “Que país é este?”, depois você vai crescendo, como instrumentista, você vai se focar naquele instrumento e vai ter uma banda que vai destacar o instrumento, e pra mim, essas bandas são Metallica e Dream Theater, porque também há a composição dos instrumentos, não só das letras.
Eduardo: E essa questão da composição, a partir do momento que você faz a sua primeira música, você acaba se inspirando já no que você ta fazendo, dali vão surgindo as outras, a idéia, vai tendo uma linha a partir da primeira e vai embora. Depois que você pega a manha de compor, a inspiração vem naturalmente, costumo dizer “psicografar”, meio mecânico. Tem hora que eu posso ta aqui conversando, aí você fala alguma coisa que eu achei bacana, aí já guardo aquilo na minha mente e no caminho pra casa eu já vou fazendo uma letra e já vira música, ou às vezes uma brincadeira, de alguma coisa que eu falo, de zuação, na hora que eu vejo, vai encaixando e vira uma letra, vira uma música, faço isso com muita naturalidade.
Rudny: A banda tem quanto tempo?
Stuart: Com essa formação, Guilherme no teclado, Renato no baixo, Eduardo vocal, Jhonny na guitarra e Stuart Bueno na bateria, acho que é um ano e meio. Cada um veio de uma banda e a gente se organizou, montamos a Antiguidade.
Eduardo: No primeiro ano o nosso foco foi compor, e trabalhar bem o que já existia, a questão dos arranjos, as letras, e daí em diante, já no segundo ano com as músicas prontas e ensaiadas, daí em diante a gente apareceu na cena com Antiguidade Moderna, através da OCT.
Rudny: De que forma que o pessoal pode entrar em contato e conhecer a produção da banda, ouvir as músicas?
Stuart: Tem o Palco MP3 da banda, com 4 faixas, tem release da banda, e tem os telefones também: 990108270-036375087, que é do Eduardo, contato pra show. Tem a comunidade da banda no Orkut, a gente tem um blog também, que é http://antiguidademoderna.blogspot.com/ , são as principais formas de comunicação da banda. Ah, tem a rádio também, tão tocando nossas músicas na rádio alternativa de Várzea Grande, 105,9, a rádio pega em algumas regiões de Cuiabá, como o bairro Cidade Alta, ao redor, por ali pega.
Rudny: Como é que vocês enxergam a cena de Cuiabá hoje, com essa briga entre a OCT e o Cubo, esse caos, qual a posição de vocês? São totalmente filiadas à OCT, estão suscetíveis, livres?
Eduardo: Cara, quem ta na OCT ta livre. Esse é o barato da OCT, lá não tem pacto de sangue, não. A OCT é um grupo de pessoas com um objetivo em comum, que é trabalhar em função das bandas e dos artistas que se encontraram não muito satisfeitas com a cena local e resolveram se unir e realizar seus próprios eventos, mas eu sei os lugares que eu quero e que eu posso pisar. Tem uns locais que andaram desrespeitando a nossa banda, e eu acho que o fundamental que tem que rolar entre a galera é o respeito. Uma banda tem que tocar onde o pessoal prestigia e, no mínimo, respeita. A gente já tocou em eventos da OCT, do Instituto Mandala, e a OCT não prende a gente, de forma alguma, nunca proibiu ninguém de nada, nunca privou ninguém de nada, a gente faz vários eventos paralelos, como tocar no CEFET, no Máster. De certa forma, nós somos a oct, todos os segmentos da organização são importantes.
Stuart: Ou seja, a OCT não é um exército de um homem só; a OCT é um conjunto, uma Cooperativa com todos os sentidos da palavra. Por exemplo, se a gente precisa de um som, bebidas pra vender no evento, a gente mesmo corre atrás, não tem verbas públicas, não tem apoio, um patrocinador. Tudo que é feito na OCT é de acordo com o que cada um pode oferecer.
Renato: Então, eu acho massa a cooperativa, desde que o Eduardo falou da OCT, a gente procurou a cooperativa pra mostrar o nosso trabalho, o nosso som, e como a gente quebrou a cara em outros espaços que não nos deram oportunidades, a OCT caiu como uma luva, e como o Eduardo falou, a OCT não prende ninguém, muito pelo contrário, a organização sempre ajuda as bandas nos eventos, sempre colabora na divulgação do nosso trabalho.
Stuart: Assim que funciona uma organização inteligente, tem que dar a liberdade, porque assim conseqüentemente vem a confiança. Não adianta uma pessoa respeitar você e não gostar da sua cara.
Rudny: E o lance aí do incentivo cultural por parte da prefeitura, como que vocês vêem esse lado? Por que tem um grupo aí que recebe apoio total tanto da iniciativa privada quanto da pública, e vocês e a OCT não têm esse apoio, o que vocês acham disso?
Stuart: No meu ponto de vista, como cidadão Cuiabano, nós temos que buscar nossos direitos, somos artistas e não podemos ficar privados de nossos direitos por que eu sei que tem um grupo aí fazendo monopólio na cena, todo mundo tem que ter esse apoio, o pessoal do teatro, do rock, do sertanejo, das letras. Temos esse direito e devemos correr atrás, e isso contribui muito com a cena cuiabana. Hoje eu vejo Cuiabá, no cenário do Rock, eu vejo um monopólio.
Eduardo: A OCT vai entrar com tudo nessa questão em 2009, a gente vai brigar pelos nossos direitos, não vamos ficar só questionando e reclamando, aliás, nós não fazemos reclamações, como muitos dizem, a gente só se defendem dos ataques do grupão. Se o cara quiser continuar, problema é dele... é só um grupo que pensa assim, acho muita sujeira querer atacar uma organização pelas bandas e tal, quem perde com isso é a cena. Acho que se o Jimi Hendrix aparecesse hoje e fizesse parte da OCT, iam falar que ele é um lixo, por exemplo, a banda Branco ou Tinto, é boa pra caramba, mas por não fazer parte dos tentáculos do Cubo, é menosprezada, mas isso não é nada, a banda segue em frente, tem potencial. A gente vai procurar os nossos direitos e vamos ver.. vamos desenterrar a sujeira debaixo do tapete. Por quê que só um grupo tem direito ao apoio da Prefeitura? Isso aí que a gente vai ver. O Stuart já foi ver como que faz pra dar entrada num projeto. Já viu também lá no Sesc Arsenal, mas não foi aprovado por não ter fins lucrativos, e agora já estamos com um novo projeto e vamos tentar mais uma vez.
Rudny: Das bandas da cena local, quais chamam mais a atenção de vocês?
Eduardo: Cara, acho que em Cuiabá tem muita banda boa. Gosto bastante da banda Tiasques, a banda do Bruno; Cachorro doido, tem umas músicas muito boas; Branco ou Tinto, com muitas músicas boas e um potencial enorme; Pé Rachado; Base Oculta, a banda do Tênio, o cara é gente fina pra caramba; PHS (Paradise Horror Show) que ta na luta aí, do Ronny; acho isso aí cara, tem muitas bandas boas por aí, da OCT ou não.
Stuart: A banda acredita muito no potencial dessas bandas, e não só nós, os outros grupos também reconhecem tal potencial e ficam com medo dessas bandas evoluírem e não fazerem parte do circo deles. Quem é fraco não gosta de concorrência, né? A única coisa que falta é o apoio, patrocínio, pra que nós possamos criar as oportunidade de mostrar o nosso trabalho.
Eduardo: É isso mesmo cara, confio no público, o público é o nosso foco principal. Se você não tem o respeito do público não adiante, uma banda só vai pra frente assim, qualquer banda, tem que ter carisma, o público tem que gostar. O público não é burro não. O pessoal que fala mal da gente... beleza, de boa, igual aquele padre que disse que não houve holocausto na época do nazismo, acho que essas duas coisas possuem o mesmo nível de coerência. Todo mundo sabe e tem que saber o que ta acontecendo, o que aconteceu, o que vai acontecer...
Rudny: Desde a antiguidade até a modernidade...
Eduardo: Com certeza.
Agradecimentos
Eduardo: Queria fazer um agradecimento à OCT; a você, por estar fazendo essa entrevista com a gente; ao Roberto A., por todo apoio que ele tem dado a nós; ao Jorge Alves, nosso produtor; Igor Cavalieri, que gravou nosso cd, e a gente ta com um projeto aí pra fazer um DVD, já tem o making of da gravação do cd... queria agradecer quem nos tem apoiado, não só a OCT, também o Instituto Mandala, Diário de Cuiabá, Correio Varzeagrandense, Rádio Alternativa de Várzea Grande, Rádio Alternativa do CPA, Folha do Estado, CEFET.
Postado por Rudny_
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